As angiodisplasias localizadas no cólon são lesões vasculares ectasiadas, de etiologia degenerativa, associadas com a idade, resultantes da dilatação das veias da submucosa e produzidas por dificuldade do fluxo sanguíneo através da camada muscular da parede cólica.
Baseado em estudos colonoscópicos para diversas indicações, sua incidência varia de 0,2 a 6,2%.
Essas lesões ainda permanecem como uma das principais causas de sangramento cólico na idade avançada e, a natureza e a intensidade do sangramento variam, até num mesmo paciente, desde enterorragia franca até melena ou sangue oculto nas fezes.
Esses aspectos refletem a variedade da fonte de sangramento, que pode originar-se em capilares, vénulas ou em comunicações arteriovenosas, sendo intermitente na maioria das vezes.
A arteriografia seletiva das mesentéricas e a colonoscopia contribuíram muito para o diagnóstico mais apropriado dessa patologia.
A colonoscopia, particularmente, permite planejar o tratamento a ser empregado, realizar o tratamento em algumas circunstâncias e controlar os resultados do tratamento empregado.
Além disso, tem um valor adicional para o diagnóstico e o tratamento de doenças concomitantes como as neoplasias, os pólipos e a doença diverticular, comuns na mesma faixa etária.
Inicialmente, acreditava-se que as lesões angiodisplásicas localizavam-se sempre no cólon direito.
Entretanto, vem sendo descrito maior número de casos de lesões localizadas no cólon esquerdo devido, provavelmente, é maior experiência dos endoscopistas como, também, ao advento de aparelhos mais modernos, com alta definição de imagens.
Cada paciente requer um procedimento individual baseado na severidade do sangramento e na recorrência dos sintomas, já que 80% dos sangramentos originados em angiodisplasia cessa espontaneamente, mas recidiva em 25% das vezes.
Desse modo, o achado de uma lesão ectasiada não sangrando durante a colonoscopia, não requer tratamento por via endoscópica, a não ser em paciente que tenha sangramento de repetição, sem outra fonte evidente de perda sanguinea e que tenha contra-indicação de realizar um tratamento cirúrgico.
Em outras palavras, tendo em vista o alto índice de recidiva do sangramento, a natureza multifocal das lesões e a probabilidade de desenvolvimento de novas lesões, o tratamento endoscópico do paciente com angiodisplasias sangrantes de repetição não parece ser o mais indicado.
Nesses casos a indicação cirúrgica se impõe.
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